No período, foram quase 120.000 unidades comercializadas, um ótimo resultado desde 2014. Para este ano, a expectativa é ainda maior, com um crescimento mais de 30%.
Diante de um aumento da Selic, o consumidor interessado em comprar um imóvel pode ficar em dúvida se é melhor aproveitar a taxa de juro atual ou esperar um lançamento, já que as taxas estão muito atrativas e abaixo de dois dígitos. Somado com o aumento da demanda, a tendência é de alta de preços.
Quem deseja adquirir um imóvel agora, deve se apressar tão logo a alta dos preços ou esperar, já que haverá mais lançamentos com a retomada da atividade?
O aumento da Selic e seu eventual efeito sobre as taxas de financiamento imobiliário — que aliás já começou — traz um efeito indesejado ao setor imobiliário, pois as parcelas do financiamento acabaram aumentando, impondo obstáculos ao acesso do público na conquista da casa própria. Com a expectativa de que a Selic irá fechar o ano por volta de 7%, cabe ao consumidor analisar e refletir sobre a possibilidade de aproveitar o momento para aquisição do seu imóvel.
Entretanto, é importante ressaltar que essa decisão depende de vários outros fatores, dentre eles se destaca o momento de vida das pessoas: aumento da família, casamento, aposentadoria, entre outros. Além disso, é sempre importante considerar o orçamento nessa decisão. Com o aumento dos lançamentos, as possibilidades de escolha do consumidor se ampliam, mas os preços dos insumos da construção civil ainda emergem no horizonte com um fator de risco a ser considerado.
Além do aumento da Selic, as incertezas macroeconômicas, como aumento da inflação e dos custos no setor, refletirão no preço dos imóveis?
Os fatores que impulsionaram o mercado imobiliário até agora permanecem presentes em grande medida, tanto macro como microeconômicos. Dessa forma nosso cenário continua a apontar para um grande volume de lançamentos, vendas e financiamento. O controle da pandemia e a retomada de atividades geradoras de emprego serão fundamentais para confirmar este cenário. Destacamos, além disso, como ameaça importante as pressões inflacionárias que ganharam corpo recentemente.
A manutenção do nosso cenário positivo são decorrentes de duas constatações: primeiramente temos que lembrar que mesmo com as elevações, ainda estamos operando com taxas de juros muito baixas, quando se comparadas ao que tínhamos no país até poucos anos atrás. Além disso, os desequilíbrios entre oferta e demanda alinhado também com a forte depreciação cambial, que estão por trás das pressões de custos de construção, devem ser amenizados. Para completar o cenário macro em 2021, é claro que a esperança de que a vacinação ganhe velocidade e alimente a perspectiva de forte melhora da atividade econômica para o segundo semestre.
Com a alta dos juros, junto ao aumento da demanda, a tendência é de alta nos preços. Isso afetará o bolso do consumidor em quanto tempo?
O país vem apresentando, desde o inicio de 2020, elevações nos preços de venda dos imóveis. O resultado mais recente indicou um aumento de 5,13% no acumulado de 12 meses. No mês de julho de 2021, o aumento foi de 0,64% em relação ao mês anterior.
Estes dados sinalizam que o mercado de compra/venda atravessa um período de alta nos preços, porém ainda não é possível afirmar que essa momento positivo irá permanecer ou até mesmo se aprofundar nos próximos meses. Isso dependerá de vários outros fatores, como por exemplo a preferência do consumidor, o controle da pandemia, a melhora contínua do mercado de trabalho e o aumento da renda da população em geral.
O mercado vem se recuperando forte. O que poderia afetar e isso mudar? Existem esta possibilidades?
O mercado imobiliário vem apresentando um desempenho significativo, de fato. A taxa de juros Selic a patamares baixos (mesmo após o recente aumento), taxas de financiamento imobiliários muito atrativas, crédito acessível e o crescimento do imóvel como ativo de investimento estiveram por trás da recente performance do setor. Atentar se para o dinamismo futuro, é possível que o surgimento e avanço de novas variantes da Covid-19, como a Delta, a velocidade de ajuste dos preços dos insumos da construção civil, a recuperação efetiva do mercado de trabalho, principalmente no setor de serviços. Destacamos que o aumentos de taxas de juros nunca serão celebrados no setor imobiliário, mas os benefícios de impedir o possível descontrole da inflação sem dúvida mais que compensam seus custos.