Alta na Selic não atingirá taxa de crédito imobiliário no curto prazo

Especialistas acreditam que bancos vão absorver elevações por trabalharem com margem de juros confortável nessas linhas.

  As duas altas consecutivas da Selic (taxa básica de juros) e a expectativa de novas elevações nos próximos meses, não devem refletir nas taxas do crédito imobiliário em 2021, segundo especialistas. O Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) subiu a taxa básica de juros da de 2,75% para 3,5% ao ano no dia 5 de maio e a expectativa é de que a Selic chegue a 5,5% ou 6% até o fim do ano. Para Miguel Ribeiro de Oliveira, diretor-executivo da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), as taxas do financiamento imobiliário devem permanecer como estão.   Emilio Kallas, vice-presidente de incorporação e terrenos urbanos do Secovi-SP (Sindicato da Habitação de São Paulo), também acredita que não haverá alteração na taxa do crédito imobiliário. Ele diz que teve diversas reuniões com os diretores da área de crédito imobiliário dos bancos, ao longo do ano passado, para pedir redução nas taxas das linhas de financiamento de imóveis, variam entre 5% e 10%. Enquanto isso, a Selic chegou a 2% ao ano em janeiro deste ano.     E que os representantes das instituições eram incisivos ao dizerem que não baixariam porque já estavam prevendo uma série de aumentos na Selic em 2021. Para Kallas, “os bancos mantêm um spread bem elevado, por isso têm margem para segurar as taxas do crédito imobiliário já que é um financiamento de longo prazo.” Spread é a diferença entre os juros que o banco te paga por uma aplicação financeira e o quanto te cobra por um empréstimo. Bruno Gama, CEO da Credihome, concorda com Oliveira e Kallas sobre o fato de o spread bancário no crédito imobiliário estar bastante confortável, principalmente com o cenário da Selic abaixo de 4% ao ano. O executivo também acredita que os bancos consideram o crédito imobiliário um produto estratégico e que o aumento da competição entre as instituições financeiras e alguns outros fatores propiciam que as taxas não subam no curto prazo. Porém, o especialista acredita que a linha de crédito sofra pressão para elevar suas taxas no segundo semestre.    

Desde março Selic subiu 1,50 ponto percentual

A taxa básica de juros da economia subiu de 2,75% para 3,5% ao ano pela segunda vez consecutiva, na última reunião do Copom realizada em 5 de maio. Analistas de mercados já aguardavam a elevação de 0,75 ponto percentual na taxa básica de juros e esperam um aumento gradual ao longo de 2021. A expectativa dos especialistas é de que a Selic feche o ano a 5,5% ao ano. Até março, a taxa básica de juros vinha registrando uma série de quedas desde julho de 2015 e a sequência de reduções consecutivas desde julho de 2019, chegando ao menor patamar da história. A alta da inflação e as incertezas da economia por causa das crises financeira e sanitária geradas pela pandemia de coronavírus pesaram na decisão do Copom para elevar a Selic.  

Fonte: R7

 

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